quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SER PROFESSOR



Ser professor é trazer pela mão a criança que somos, a criança que pomos a crescer connosco.


Manuela Matos
















“Olha para mim, aluno!”

Sinto como tu o peso das paredes desta sala. Também eu gostaria de correr atrás dos sonhos que nunca foram sonhados.
Vem, criança... Ajuda-me a cavalgar por países encantados...
Sou um peso morto, acomodado, inerte. Olho para teus cabelos de oiro, ondulados e sinto ânsias de viajar de novo contigo...
A Escola fez de mim o que ela queria. E ela queria tanto! Sou alguém que já pensou outros pensamentos que não pertenciam a ninguém, eram só meus. Todos os meus tesouros foram desaparecendo porque eles, os mestres, me ensinaram que as contas, as letras, os países e rios eram mais importantes que o mundo que eu sonhava. Diziam-me: “Cala-te e presta atenção!”
A sala ficava muito estreita e fria e sentia que a qualquer momento as paredes me iriam esmagar. Olhava as minhas amigas gaivotas e pensava: «Por que estou triste? Que mal fiz eu? Por que razão a professora não dá atenção ao que lhe digo?»
Os números corriam friamente no quadro, as palavras pareciam punhais, o rosto da professora parecia uma rocha negra e eu partia...


Manuela C.Matos
1985



A minha Escola


A Escola E.B. 2, 3 de Vila Caiz foi o início de uma viagem através do sonho. As portas abriam-se e deixavam entrar a magia, a fantasia...
A Bela Adormecida acordava do seu sono profundo e vinha contar de novo a sua história maravilhosa.
A sala de aula mergulhava nesse mundo fantástico e as palavras dançavam e cantavam ao som de flautas mágicas. A poesia acordava a manhã e a noite descia para contar os seus segredos e os seus perfumes.
Poetas e escritores sentavam-se à mesma mesa celebrando a festa das palavras, da escrita.





Manuela Matos

Sem comentários: